quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Na Casa de Dona Laurinda

Para não gerar ciúmes no "Além", falo hoje também da outra “vó”, Dona Laurinda, uma figuraça!!!!! Afinal como minhas avós eram irmãs, dad anda mamy são primos, falar de uma e não falar de outra.... já viu né? Seria um problema, para não dizer uma injustiça!

“Vó” Laurinda, católica praticante, foi a principal responsável pela minha educação/vocação religiosa, pela minha fé, pois ela sempre levava -me (ou arrastava-me?) para a igreja nos domingos que eu passava lá em Nkt, e, ao voltar da missa, lembro que passávamos pela feira...cada lembrança que a guardamos...passar pela feira vejam só!

Nona Corleone (às vezes era esse o modo como nós os primos nos referíamos a ela, (Piada de família, somente os Nascimento podem entender) não era fácil! Ela era tão geniosa quanto minha outra avó, “vó” Olga.

Era econômica, mas exagerava na economia. Tinha o hábito de guardar as sobras de comida na geladeira em potes, às vezes uma quantidade mínima em potes... Até hoje reclamo aqui em casa quando se guarda sobra de comida em quantidade irrisória. Sempre falo: “Pô” até parece a “Vó” Laurinda! que mania!

Ela implicava com minha mania de passar manteiga em bolo quando saía do forno quentinho... Ela ralhava dizendo que já tinha manteiga no bolo!

Ela mantinha o cinto de meu avô, que não conheci pendurado na parede da cozinha. Era ameaçador! Nunca vi ninguém apanhar com aquele cinto, não na minha geração, isso foi numa outra geração, outro tempo, em que apanhar e cinta não era classificado como crime. No entanto, a ameaça já era um bom freio para as nossas mentes brilhantes! E creiam - me, eu, meu irmão, minhas primas e primos éramos verdadeiramente criativos!

Ela lavava e passava roupa para fora, aprendi a passar roupa muito bem! E por sinal DETESTO PASSAR ROUPA!

Mas o quarador de minha avó Laurinda era único! (para a nova geração, quarador = Lugar onde se quara a roupa (corar/ descorar). Antigamente lavava-se a roupas e a estendiam no chão ou na grama para quarar. Neste local a roupa ficava exposta ao sol.Para ficar mais branquinha! coisas de quem morava em casa e não em apartamento!

Como descrever esse quarador? Era formado por uma espécie de plantação de arbustos, não lembro bem que planta era, mas eu e minhas primas brincávamos debaixo dos arbustos cobertos com as roupas que lá ficavam quarando, como se fossem cabanas.

E no Natal? Nona Corleone, a Chefe do Clã, sentava à cabeceira da mesa, com um garrafão de vinho ao lado. Ela minha tia Deolinda, e meu pai do outro lado, “puts”! Qualquer um que tentasse acompanhar.... Era coma alcoólica na certa!

Lembro-me de um Natal em especial, em que a casa dela estava em obras, e ela chegou com um saco de presentes pendurado em um cabo de vassoura.... com um chapéu de Papai Noel...

No quintal dela tinha plantação de tudo quanto era ervas e temperos, muitas flores e plantas, muitas árvores frutíferas, cajá, carambola, abiu, banana, manga, côco, goiaba, cana – de açúcar, etc. etc., etc. as plantas anda estão lá.

Ela fazia sempre doce e compotas, hábito herdado por minha mãe e tia Dulcília.

E o crochê? Nossa! Todas as noivas da família ganhavam uma colcha de crochê branca, com linha fina, muito bem trabalhada linda! A minha, vocês nem imaginam! Como é bonita! Ela disse-me que dera muito trabalho, posto que fosse toda contada.

E a Banheira? No banheiro tinha uma banheira daquelas bem antigas, de louça, parecendo uma piscina. Éramos proibidos de tomar banho nela- sei lá por quê. Esse tipo de proibição é o suficiente para incentivar artes. Um dia Minhas primas ,Clara e Fátima encheram a banheira e nós quatro, Clara, Fátima, Tereza e eu, resolvemos entrar na banheira... “Que bagunça”! Que “molhadaria” no banheiro! Que surra! Hehehehe.

Houve uma época em que minhas duas avós moraram no mesmo quintal, mas isso é lembrança para ser contada em outro post . Um dia falarei do quintal de minhas avós!

Um comentário:

Anônimo disse...

Você escreve be, modre. Ia ser legal se outros além de mim lessem!